A antropóloga feminista Débora Diniz revelou ao jornal El País os motivos que a levaram a sair do Brasil. Débora, que ficou conhecida por ter tido sucesso em avançar a pauta abortista em 2012, afirmou estar sendo “perseguida” por “um grupo de homens ressentidos, de 30 a 40 anos, ligados a grupos de extrema direita, neonazistas e incels” (sic). Estes “perseguidores incels” por sua vez, seriam, de acordo com Débora, um grupo de “celibatários involuntários” que estariam dando a sua vida para conspirar contra ela com o intuito de descontar seu suposto “fracasso sexual” na referida antropóloga.
A história pode até parecer absurda, mas foi suficiente para que, somada a eleição de Bolsonaro, transferisse definitivamente a tal antropóloga para bem longe da antiga Terra de Santa Cruz. Ainda de acordo o jornal El País, Débora teme que a nova Ministra das Mulheres, Damares Alves, escolhida pelo novo Presidente da República não avance mais a sua tão estimada agenda pró-aborto, mas antes, proteja aqueles que tanto a incomodam: os seres-humanos que se encontram em estágio fetal ou embrionário, concebidos ou não em estupro, portadores ou não de deficiências congênitas (como micro, mero ou anencefalia). Contra todos estes, a antropóloga amiga de Jean Wyllys vem lutando há anos para que percam todos os seus direitos já adquiridos, e, como no nazismo e demais regimes autoritários, possam ser considerados “propriedades” de terceiros, que, por sua vez, terão o direito de “escolher” o que fazer com suas vidas não-nascidas.
Intitulada como “defensora dos direitos humanos” por correligionários e blogs de esquerda, a antropóloga já ousou expressar todo seu ódio contra os portadores de anencefalia e suas famílias ao definí-los em artigos como “sub-humanos por excelência” e afirmar que os mesmos “estão aquém” do que considera ser seu “nível humano”. Tais frases – evidentemente eugênicas e preconceituosas – foram altamente criticadas por movimentos que há anos lutam verdadeiramente por direitos humanos. Isso não foi, no entanto, suficiente para parar Débora e sua guerra contra os fracos. Em 2016, após ter conseguido com sucesso convencer os ministros a legalizar o aborto de fetos anencéfalos, Diniz finalmente lançou em conjunto uma nova ADI pedindo para que o Supremo permitisse que as mulheres pudessem abortar também os portadores de microcefalia, uma doença compatível com a vida extrauterina que só pode ser diagnosticada tardiamente (cerca de 5,6 ou mais meses de idade gestacional).
Embora já tenha deixado o Brasil, o estrago feito por Débora durará décadas até ser revertido. Além da triste liberação do aborto eugênico para fetos anencéfalos, Débora conseguiu, com o PSOL, impetrar no STF uma ação que pode considerar inconstitucionais os únicos artigos de nosso ordenamento que proíbem a prática do aborto, o que, na prática, legalizaria tal procedimento em todas as circunstâncias e em qualquer período gestacional (e não apenas em 12 semanas como tem sido propagado pela imprensa haja visto que já não haveria artigo no Código Penal que punisse o médico que lucrou abortando um feto de 13 ou 14 semanas).
Embora tenha sido criada católica e tenha chegado até a receber o corpo e o sangue de Cristo durante a infância, Débora abandonou o catolicismo – resumindo-o a uma mera construção social a quem agora combate – e abraçou ao feminismo radical, que, nos tempos modernos, apresenta-se como uma nova religião para meninas mimadas que odeiam se depilar, e, nas horas vagas, brincam de revolucionárias.